2020-10-28
Orientações para os Conselhos de Turma de Secundário/Profissionais
A autonomia e
flexibilidade curricular proposta no decreto-lei n.º 55/2018, de 6 de julho,
veio imprimir novas dinâmicas às escolas possibilitando a confluência de várias
disciplinas e projetos em atividades integradas nas quais o aluno desempenha um
papel ativo e participativo. A acrescer a esta dinâmica promove-se o
alinhamento da avaliação com as aprendizagens através da adequação de
modalidades de avaliação, focalizando a avaliação formativa, os instrumentos e
os critérios de avaliação às ações estratégicas, tudo isto, por sua vez, deve
ter como último desiderato o Perfil do aluno à saída da escolaridade
obrigatória.
A autonomia e
flexibilidade curricular visa a promoção de aprendizagens significativas, de
melhores aprendizagens que promovam o desenvolvimento de cidadãos críticos,
responsáveis e humanistas. Contudo, tudo isto só será possível se centrarmos as
ações estratégias de atuação nos alunos, nas escolas e nos professores fazendo
uma gestão curricular contextualizada e flexível.
A mudança está na
base do sucesso desta nova visão de escola. Exige-se uma mudança significativa
das práticas dos professores que devem assumir as suas práticas como práticas
colaborativas entre si e com os seus alunos. A integração de vários saberes,
consagrados nas aprendizagens essenciais, os vários projetos e as competências
transdisciplinares consagradas no perfil dos alunos exigem esta colaboração.
A construção
partilhada de instrumentos de avaliação, a divulgação e partilha de
metodologias e experiências de aprendizagem, reinventando a escola e,
concretamente, a sala de aula de modo a que cada aluno possa ter sucesso,
respeitando a sua diversidade, tornando os cenários de aprendizagem mais
atrativos e que assegurem aprendizagens para a vida, eficazes e úteis.
Mudar práticas
enraizadas na cultura escolar é uma tarefa difícil, mas é através do debate, da
experimentação, da tentativa e erro que a mudança vai sendo feita e o caminho
sendo percorrido.
A autonomia e a flexibilidade curricular incitam a (re)pensar
e a (des)construir as conceções que sustentam novos cenários de ação pedagógica
e que incitam à transformação, à mobilização de múltiplas literacias e ao
desenvolvimento de valores e competências, tendo por base uma formação centrada
na pessoa e na dignidade humana. Neste pressuposto, a implementação de ações
pedagógicas centradas nos alunos é um objetivo.
A autonomia
e flexibilidade curricular para o Secundário e Profissionais decorre da
seguinte forma:
As turmas trabalharão com áreas de confluência num trabalho
interdisciplinar e transdisciplinar em DAC/Projeto, com as disciplinas que,
para o efeito, sejam pertinentes para as temáticas a desenvolver pelos alunos.
Ao longo do ano poderão ser desenvolvidos vários DAC/Projetos que vão sendo
implementados tendo em conta a intencionalidade da aprendizagem. Todos os
DAC/Projetos são monitorizados pela Coordenadora da AFC ou pelo subcoordenador
da AFC e avaliados em Conselho de Turma.
Os domínios de
autonomia curricular (DAC) são, e recorrendo ao Decreto-lei 55/2018, de 6 de
julho, áreas de confluência de trabalho interdisciplinar e ou de articulação
curricular, desenvolvidas a partir da matriz curricular-base de uma oferta
educativa e formativa, tendo por referência os documentos curriculares, em
resultado do exercício de autonomia e flexibilidade, sendo, para o efeito,
convocados, total ou parcialmente, os tempos destinados a componentes de
currículo, áreas disciplinares e disciplinas. Os
DAC na Autonomia e Flexibilidade Curricular constituem uma opção curricular de trabalho
interdisciplinar e ou articulação curricular, cuja planificação deve
identificar as disciplinas envolvidas e a forma de organização. Têm por base as
Aprendizagens Essenciais com vista ao desenvolvimento das áreas de competências
do Perfil do Aluno. Privilegiam o trabalho prático e ou experimental e o
desenvolvimento das capacidades de pesquisa, relação e análise. Não prejudicam
a existência das disciplinas previstas nas matrizes curriculares-base. As
atividades inseridas nos DAC aglomeram transversalmente conhecimentos, atitudes
e competências promovidas pelas várias áreas disciplinares.
Neste sentido é da
responsabilidade dos docentes do respetivo Conselho de Turma a definição da
génese, implementação e avaliação dos projetos/DAC que vierem a ser implementados.
A
natureza dos Projetos/DAC será sempre elaborada a partir dos interesses dos
alunos, mobilizando as áreas do saber que se considerarem mais ajustadas. O
desenvolvimento dos projetos ocorre numa lógica de período, ou anual, conforme
a natureza dos projetos e a decisão dos atores
envolvidos. A elaboração da planificação deve assegurar, em documento
próprio, a concretização da articulação. Na operacionalização do projeto devem
estar previstas as demais atividades pensadas. As atividades devem promover os
interesses dos projetos e devem ser integradas no PAA do Agrupamento, quando
estas levem à interrupção letiva de outras turmas.
Deve-se
privilegiar o registo e o tratamento da informação recolhida, em suporte
digital, que permita, não só a construção da memória futura, assim como a
divulgação do trabalho que vier a ser desenvolvido. O registo e a divulgação
dos trabalhos que vierem a ser desenvolvidos devem ser divulgados pelos meios
em uso na instituição.
A definição
de temas a trabalhar ao longo do ano letivo no contexto interdisciplinar e, em
particular, nos Projetos/DAC são da responsabilidade de cada Conselho de Turma. As atividades inseridas nos Projetos/DAC
apresentam atividades que aglomeram transversalmente conhecimentos, atitudes e
competências promovidas pelas várias áreas disciplinares. Para a concretização do Projeto/DAC,
sublinha-se a importância de identificar e descrever os diferentes momentos
dessa mesma concretização, tendo em conta a articulação curricular; a abordagem
de ensino; a avaliação das aprendizagens; e o trabalho colaborativo. Ainda ao
nível da operacionalização, alerta-se para a necessidade de todas as
planificações dos Projeto/DAC, serem discutidas em Conselho de Turma e
adequadas ao grupo/turma. Alertou-se também, para que a operacionalização
(proposta de operacionalização) dos Projetos/DAC seja clara e intencional, que
os alunos devem planificar uma operacionalização orientados pelos professores,
e devem privilegiar-se instrumentos de avaliação formativa e fornecer feedback
constante ao aluno. Este deve tomar conhecimento deste feedback, por escrito,
que deve ser assinado pelo aluno, pelo professor e pelo encarregado de
educação. O importante é selecionar dois ou três instrumentos de avaliação
formativa que os docentes se sintam mais à vontade e que vão dando feedback
assinado pelo aluno, pelo professor e pelo Encarregado de Educação. Para o
início das atividades a Coordenadora irá reunir com os vários ciclos de
escolaridade para dar a conhecer as dinâmicas da AFC e mais concretamente os
DAC/Pojetos para que em reunião de Conselho de Turma se comecem a delinear as
estratégias, a planificação e operacionalização e iniciar os projetos. Os
projetos não têm de começar logo no início do ano letivo.
Cada
Conselho de turma deverá registar em atas, ao longo do ano, o tema que for
definido em DAC, as disciplinas implicadas, a génese, a implementação e a avaliação do(s) DAC que vierem a ser implementados.
Neste primeiro
Conselho de Turma Intercalar, os docentes deverão proceder ao debate e
preparação do DAC, indicando o tema e as disciplinas convocadas para a
articulação interdisciplinar. Caso o Conselho de Turma decida que ainda é
extemporânea a indicação do que se espera, deverá mencionar que iniciou o
processo de preparação do DAC, mas que se encontra ainda em fase de inicial.
A Coordenadora da
Autonomia e Flexibilidade Curricular
Carla Laranjeira
Publicado por Carla Maria da Cunha Souto Laranjeira
Última atualização em 2020-10-28 05:51:27
1044 visitas
|