2018-04-19
ENCONTRO DE ALUNOS E DE CULTURAS Visita de estudo de alunos do nono ano a Peñafiel e León
Os alunos do nono ano da Escola Básica de Penafiel Sul-AEJA, deslocaram–se a Peñafiel para mais um encontro cultural e de convívio.
A viagem iniciou-se pelas seis e meia da manhã do dia 12 de abril. Os pais e mães mostravam um pouco da sua apreensão por deixarem partir para longe de si os seus filhos. Para alguns era a primeira vez, mas a liberdade e a responsabilidade podem começar assim… e é muito melhor quando há outros colegas envolvidos, com um grupo de professores disponível a fazer o melhor por aqueles a quem dedicam toda a sua vida. Organizaram este encontro as professoras espanholas, Ana Díez Casado, Laura Rebollo, Paloma Garcia, Sofia Suarez e Carmen Rodrigo; e os professores portugueses Mário Martins Ferreira, José Manuel Castanheira, António José Paixão e Lúcia Chaves Cardoso. O vento e a chuva empurraram o moderno autocarro da Valpi, a estrear, nas mãos da competência do Sr. Avelino. Em Bragança, fez-se uma paragem para o pequeno almoço. Seria por volta do meio-dia que estes navegadores aportaram a Tordesilhas para visitar as Casas do Tratado e se inteirarem melhor, através de uma exposição permanente e de um filme, de como tudo decorreu no século XV. Arrumada a bagagem nas camaratas do Convento de S. Pablo, após o almoço, formaram-se dois grandes grupos, alternando as visitas ao Posto de Turismo de Peñafiel e à Casa de la Ribera, onde, por um lado, se apreciaram em filme as festas de S. Roque e da Páscoa, com a atividade taurina muito própria de Peñafiel e, por outro, se assistiu ao vivo à vida de uma família peñafidelense nos inícios do século XX. A terminar a tarde, participaram numa bela conferência sobre a História e a Culura de Penafiel, apoiado numa apresentação em diapositivos, apresentada ao vivo pelo professor D. Mário Ferreira (assim versava o convite castelhano). A sala estava repleta de alunos e pessoas que haviam testemunhado o primeiro encontro aquando da geminação de Penafiel com Peñafiel. Estavam presentes a Conselheira da Cultura María Ascensión Rodríguez Soria e a Conselheira do Turismo, Yolanda Burgoa. A organização de toda esta conferência esteve a cargo da diretora da Biblioteca de Peñafiel, Dr.ª Pilar Gonzalez. Foi um momento emocionante com troca de lembranças entre os vereadores da Alcaidaria e da Câmara Municipal, representados estes, pelos professores portugueses. Os espanhóis manifestaram muita emoção e apreço por este momento de abordagem e conhecimento mais profundo da história do nosso concelho e da cidade de Penafiel, agradecendo ao orador e organizador da conferência, sobre a celebração deste momento histórico para as duas cidades. À noite a chuva não deu tréguas fazendo com que rapidamente todo o grupo regressasse ao aconchego das mantas e cobertores dos enormes dormitórios que circundam os belos claustros do convento de S. Pablo. A manhã fria, mas sem chuva deixou entrar a todos, na Biblioteca do Instituto Conde de Lucanor, onde mais uma vez se trocaram lembranças pela celebração dos quinze anos de Intercâmbio Cultural. A diretora do Instituto Conde de Lucanor, Dr.ª Isabel Hernandez, ofereceu um livro de fotografias, da autoria da professora espanhola Carmen Rodrigo, em que as belas fotos espelhavam todos os encontros e mais sentidos momentos de intercâmbio. Também foram trocadas algumas lembranças pessoais marcadamente durienses, em especial queijos e vinhos finos e de mesa. A delegação portuguesa em nome da Escola de Penafiel Sul e do Agrupamento de Escolas Joaquim de Araújo ofereceu marcadores de livros com o trecho do rio Douro desde a nascente à foz, contendo fitas “mescladas”com as cores das bandeiras portuguesa e espanhola, executadas pelo professor Mário Ferreira; bem como umas caixinhas em cartão verde, simbolizando as cores portuguesas, com um laço com as cores espanholas. O interior continha uma flor com pétalas verdes as folhas vermelhas com um centro amarelo, da autoria das colegas de EV e ET, Ana Santarém e Luísa Lopes. No ambiente festivo gerado por esta troca de galhardetes foi ainda oferecida ao Instituto Conde de Lucanor uma pintura com dois quadros, contendo o Sameiro e a Câmara de Penafiel do lado esquerdo e do lado direito o Castillo de Peñafiel e a zona da judiaria e a ponte sobre o rio Duraton; no meio mostrava a nascente do Douro e a foz no Porto com o barco rabelo, oferta também da Escola e de todo o Agrupamento AEJA, com a assinatura do pintor Tó-Zé Paixão. Cercando os quadros o autor inscreveu as seguintes frases em espanhol no lado português e em português do lado castelhano: “Penafiel / Peñafiel – 30 anos de cidades geminadas- 30 años de ciudades hermanadas – 15 años de Intercâmbio Cultural; e entre o díptico: a distância nos separa, o Douro nos une – la distancia nos separa, el Duero nos une”. Impressionante foi a visita à Basílica de San Isidoro em que se podem apreciar as pinturas da chamada “Capilla Sistina de la Edad Medieva”. Pinturas de tons azulados, ocres e avermelhados a desenharem nas paredes e abóbadas toda a vida de Cristo, para além de outros motivos naturais e relato pintado de costumes e tradições. Puramente divinal a beleza da arte românica em todo o seu esplendor e grandiosidade, para além de toda a riqueza da arquitetura do templo românico. Feito o “recorrido en el trem” por toda a cidade, pelas “cinco de la tarde” visitámos a majestosa Catedral de León na estrutura elegante do seu gótico e na luminosidade fulgurante dos seus vitrais. Os vistantes escutaram pelo aparelho auricular todos os cinco capítulos mais importantes componentes da famosa e formosa catedral. Seis arquitetos trabalharam em Léon durante 42 anos, para que a restauração fosse possível, com a inauguração do restauro celebrada a 27, 28 e 29 de Maio de 1901. Apesar de algumas menos boas disposições, os alunos portugueses e espanhóis subiram ao Castelo de Penafiel, onde puderam admirar uma bela paisagem urbana da cidade e os extensos campos de vinha e de trigo verde. A história milenar incrusta-se na pedraria calcária daquelas muralhas ancestrais onde se eleva “la Peña más Fiel de Castilla”. No interior visitaram o museu mais completo do vinho em Espanha. Por fim os alunos compraram lembranças para suas famílias, enquanto os professores passaram os olhos por Pintia. Em especial à necrópole do antigo castro que ocupava, na altura castreja, mais de 25ha e era a principal cidade junto ao que é hoje Peñafiel. Tivemos a oportunidade de ser acompanhados pelo Diretor do Proyecto Pintia, Carlos Sans Mínguez docente da Universidade de Valladolid que nos fez uma breve explicação do Projeto. O almoço partilhado com alguns alunos e professores espenhóis foram o culminar destes três dias de intenso intercâmbio de pessoas e de culturas. Para finalizar deixamos um exerto do n.º4 da revista “Catedral de Léon”: “En 2018 celebramos el Año Europeu del Património Cultural, una iniciativa del Parlamento y del Consejo de la Unión Europea, que pone em relieve la importância cultural, económica, social y medioambiental del Património Cultural. Entre los objetivos de la celebración se encuentran “…fomentar el intercâmbio y la valoración del património cultural en Europa como recurso compartido, sensibilizar acerca de la história y los valores comunes, y reforzar el sentimento de pertencia a un espácio europeo comum”. Os alunos castelhanos também se puseram em frente ao autocarro, mas ele partiu inexorável perante o sofrer de quem queria estar perto, de quem queria um abraço irmão. Porém, nada nem ninguém, afastará da memória destes alunos de duas nações, os sentimentos de partilha e irmandande celebrados nestes três grandes e inesquecíveis dias de verdadeiro Intercâmbio Cultural. Tó-Zé Paixão Penafiel, 17 de abril de 2018
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Inserido em 2018-04-19 11:01:51
Última atualização em 2018-04-19 11:20:39
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